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A vaidade tem limites?

Muitas vezes, as pessoas esquecem-se do lado emocional e depositam seus valores na aparência física, iludindo-se e acreditando que beleza é bondade, característica pessoal.


O mercado da beleza, o apelo da mídia e o marketing têm trazido consequências ao cotidiano das pessoas. É preciso cautela e atenção para não cair nas armadilhas impostas em nome do “corpo perfeito”.


A autoimagem não pode ser confundida com o sucesso profissional ou recompensas por ser “belo”. Muitas vezes, as pessoas esquecem-se do lado emocional e depositam seus valores na aparência física, iludindo-se e acreditando que beleza é bondade, característica pessoal.



No caso das mulheres, esse fator ficou ainda mais acentuado a partir da emancipação da mulher no mercado de trabalho. Nesse cenário, as exigências aumentaram consideravelmente, sejam influenciadas pela mídia, venda de cosméticos, academias, entre outros fatores.


Entretanto, o que vem preocupando cada vez mais são os limites da vaidade, que estão ultrapassando quaisquer barreiras a favor de um corpo perfeito.


Nessa corrida desenfreada contra o tempo, as cirurgias plásticas têm se tornado um mercado rentável para alguns profissionais. Porém, em muitos casos, perigoso para os pacientes. Isso porque os mais afoitos em resolver a qualquer custo o que lhes incomoda, recorrem a médicos sem capacitação e ignoram processos que antecipam a realização da plástica, e, até mesmo, escravizam o corpo para alcançar o sucesso tão desejado.


O renomado cirurgião plástico Ivo Pitanguy, em diversas entrevistas, dizia que, no Brasil, as cirurgias plásticas tinham se tornado turismo antiético, crescendo 70% nas clínicas do eixo Rio – São Paulo. Por esses e outros fatores, a conduta dos médicos diante desses números é o que mais preocupa.


Na busca por lotar consultórios, alguns profissionais marginalizam procedimentos e oferecem financiamentos e tratamentos tão fáceis quanto a escolha por um creme hidratante em farmácias. E, assim, sonhos são transformados em tragédias. Médicos sem especialização na área de cirurgia plástica mutilam corpos, deixam pessoas em estado vegetativo e, muitas vezes, a morte pode ser consequência dessa busca incessante.


Problemas que vão desde a cicatrização a erros graves, como cortar demais as pálpebras, por exemplo, fazendo com que o paciente não consiga fechar os olhos, são ignorados e a sequência de erros é sucessiva.


É fundamental que, antes de submeter-se a uma intervenção cirúrgica, o paciente consulte o Conselho Federal de Medicina para checar se o médico está apto a atuar e se o mesmo é devidamente habilitado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.


Precisamos ficar mais atentos aos valores reais. O equilibro entre corpo e mente é fundamental para que homens e mulheres não escravizem seus corpos em busca de resultados impostos por padrões.


Entender que a saúde está diretamente relacionada à nossa conduta diária é um grande exercício de amor, que vem do interior de cada um de nós.

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Dr. Alexander Nassif

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